sexta-feira, 16 de maio de 2008

RISOS EM MEIO ÀS TRISTEZAS DO MUNDO


O circo precisou passar por transformações
para adaptar-se aos novos tempos



Mudanças Obrigatórias

Para sobreviver diante da concorrência como o rádio, depois a televisão, e hoje com a internet, a arte circense precisou evoluir, desde a sua infra-estrutura, até nos modos de apresentação dos espetáculos.

O circo é uma das artes mais antigas do mundo. O nome, foi originado na época do Império Romano. Antes, o chão de terra batida era a base, onde erguiam-se as lonas e os picadeiros. Hoje, no asfalto, com toda a tecnologia e desenvolvimento, as companhias contam com o auxílio de especialistas em marketing e publicidade, diferente do original modelo onde um megafone anunciava as apresentações nas cidades.

Em São Paulo, há duas empresas circenses que possuem moradia fixa. Os circos que têm endereço são, o Circo Vox, localizado em uma área nobre da cidade, Chácara Santo Amaro, e o Circo Spacial, no Jardim Anália Franco. Idealizando um espaço que sintetize o trabalho do circo, representam uma mudança significativa e uma quebra no paradigma do circo viajante. Ainda assim, a maioria dos circos mantém a estrutura original de picadeiro, onde se instalam nas cidades, com arquibancadas, lonas, trailers e carretas.

Emprego Tácito

Os artistas, geralmente são oriundos de uma geração que nasce no circo. São pessoas fascinadas pela arte, que tampouco se importam com o desconforto das instalações. Nas grandes companhias de circo internacionais, os profissionais são agenciados, percorrem o mundo, e com apresentações em vídeos concorrem a uma vaga de trabalho.

O palhaço César Guimarães, diretor artístico do Tradicional Circo Fiesta, nasceu inserido na arte. Ele atribui o sucesso de grandes circos, como Cirque Du Soleil, à alta tecnologia investida. Guimarães diz que quem assiste a um espetáculo desse nível, aplaude ao maquinário e não ao artista. Compara também os preços dos ingressos com os comercializados pelos circos brasileiros, mas garante que a sua paixão pela arte é igual, senão maior à dos grandes.
Para Rody Jardim, do Circo Spacial, as produções que chegam ao País não representam ameaças, pois elas não são direcionadas ao público infantil, diferente das produções brasileiras que são feitas para as crianças. Outras formas de entretenimento, muitas vezes não são ameaças à sobrevivência do circo, e sim são os circos-franquia que causam as preocupações. São considerados como concorrência predatória, pois apresentam um espetáculo menor, cobram menores preços, e preferem quantidade à qualidade dos produtos exibidos ao público.

Polêmica & Prejuízos
O Circo Orlando Orfei viu-se obrigado a fechar as
portas após a proibição de animais no circo

Famoso e conhecido pelas inúmeras apresentações, Orlando Orfei foi considerado uns dos maiores domadores do mundo. Iniciou sua carreira aos cinco anos de idade, como palhaço. Depois foi malabarista, ciclista acrobático, mágico, o primeiro locutor de circo, e por fim domador de animais ferozes. Esta última, custou-lhe 63 idas para o hospital em seus 40 anos de carreira como domador. Hoje, aposentado, vive em Nova Iguaçu.

Com a implementação da Lei, que proíbe o uso de animais em circos, agravou inúmeras perdas nos espetáculos, que tinham como maior atração o famoso domador. Assim, acarretou na decepção do público ao não encontrar a imagem de Orfei dentro das jaulas e fez com que o Circo encerrasse suas atividades em Março de 2008.

Emanuel David Avelar Goulart, é assessor de imprensa de Orlando Orfei, trabalha com ele há 37 anos e foi também o engenheiro do projeto Águas Dançantes, grande sucesso do Circo Orfei. O projeto das Águas foi idealizado por Otto Pystawik, em 1930, na Alemanha e trazido ao Brasil por Orfei, que se preocupou em manter o equipamento original. Questionado sobre a continuidade do projeto Águas Dançantes e o Circo Orlando Orfei, Goulart diz que o filho de Orfei, Mário Orfei, apresenta a Fonte no Circo di Napoli II, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e que hoje estudam a possibilidade de voltar com um novo circo.

2 comentários:

Daiane Torres disse...

Antecipo a correção da Ieda, "idealizando", gerúndio!!! Pura falta de atenção, mas em comparação com a matéria anterior, "Programas Infantis", espero uma nota bemmm melhor, pois a retranca daquela não tinha entrevistado e estava em tópicos. Esta, em texto e com entrevista, fora o gerúndio, está boa! Assim espero!!!!

Anônimo disse...

o texto está ótimo e bem objetivo.
a matéria é muito interessante e ir-se-iam horas debatendo acerca de tal assunto, visto que, na mionha opinião, a proibição de animais em circos foi uma decisão maravilhosa.

beejo =*