O dia, não tão bonito quanto o outro, está nublado, úmido e frio.
Mas no Parque não há tempo ruim.
Ao entrar na galeria, vou direto para uma “sala-cinema”, onde é reproduzido o filme “Entr’acte”, um espetáculo de balé que compõe uma crítica artística sutil sobre o cinema. A produção é de 1924, com duração de 22 minutos, em preto e branco, mudo, direção de René Clair.
Artistas da vanguarda francesa se reuniram para realizar o curta, que foi citado como um dos filmes mais geniais de toda a história do cinema. Francis Picabia (pintor), Erik Satie (compositor), René Clair (cineasta), Marcel Duchamp (multi artista), Man Ray (fotógrafo) e Jean Borlin (bailarino). O resultado é uma sensacional combinação de imagens, que confesso assistir por duas vezes para entender um ‘pouquinho’ da obra.
Após, observei muitas e muitas obras de Duchamp. Gostei muito das réplicas ‘pequetitas’, e do kit "Boîte-en-Valise", uma mala que contém 69 miniaturas. E por falar em réplicas, todos os ready-mades hoje existentes são cópias. Os originais foram perdidos, ainda durante a vida do artista. Durante os anos 50 e 60, Duchamp assinou novas réplicas desses trabalhos.
Não poderia passar pela exposição sem registrar algumas das obras, escolhi destacar as mais conhecidas, as que através das provocações de Duchamp, revelaram um novo conceito de obra de arte.
"Fontain" 1917/1964 – Ready-made: urinol de porcelana.” Um dos primeiros ready-mades de Duchamp. __________________________________________________________
_________________________________________________________
Roue de Bicyclette/ Bicycle Wheel – 1913/1964 (Roda de Bicicleta) – Ready-made: roda de metal”
_________________________________________________________
Como todo fim de parque tem uma surpresa, este não poderia ser diferente. Ao sair, pelo mesmo caminho da semana anterior, encontro a “IV Estação Bem-Estar”. No centro uma tenda instalada, bem aconchegante, com convidativos colchonetes espalhados ao chão.
Aproximo-me e sento. Acaba de começar a Palestra-oficina “Hobby-terapia fazendo arte com madeira”, do professor Celso Yamamoto. Além de muita descontração, ensinamentos e dicas, aprendi a fazer um porta-chaves de madeira, bem “bonitinho” por sinal, né?!
**Dia 14/09/2008